segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os Tomos de Taylor - Capítulo 4

Brumas

Deixando o portão para trás, caminhamos o resto do dia e paramos para acampar em uma área coberta em meio as montanhas. O frio doía nos ossos e oprimia a nossa pequena fogueira. Pra termos mais luz conjurei Continual Light em uma pequena pedra. Ao verem minha magia, nossos companheiros nórdicos reagiram com surpresa e sobressalto… diria até com receio e medo. Com o tempo eles verão o quão poderoso eu sou e passarão a sentir temor, respeito, reverência…
A noite teria sido tranquila se não fosse pelos gritos de Ogmaug: “Trolls!!!” Forgath e eu acordamos sozinhos ao redor da fogueira, nem um sinal de nenhum de nossos companheiros ou de seus pertences. Nosso abrigo estava envolto em uma bruma espessa. Uma inspeção mais cuidadosa revelou vultos silenciosos nas brumas. Vultos de seres de várias raças (haflings, por exemplo) e ocupações (soldados, mercadores, viajantes) que iam e viam ao longo da estrada para Skyrim. Forgath tentou encostar em um deles e percebeu que eram incorpóreos. Além disso, pareciam que não nos viam ou sentiam.
Forgath pediu ao seu deus ajuda para encontrar nossos companheiros. A magia Seeker indicou que eles estavam ali na estrada, alguns perto, outros mais longe de nós, mas não conseguimos encontrar nenhum. Seguimos então pela estrada para tentar encontrar o final dessas brumas de múltiplos-mundos. Chamarei, daqui pra frente, essas brumas de Brumas de Everett.

Sinais do além

Caminhando pelas Brumas de Everett, Forgath notou, em um emblema de um dos soldados-vultos passando por nós, que alguns daqueles vultos eram de épocas esquecidas. Aparentemente não só o espaço era distorcido pelas Brumas de Everett, mas o tempo também. O sol, no entanto, parece estar acima da meta-física. Com o raiar do dia as Brumas foram diminuindo até um ponto onde somente em alguns locais mais cobertos era possível identificar as Brumas de Everett com seus muitos vultos.
Já era tarde, paramos para acampar em uma rocha. Não tínhamos muita cobertura do vento então resolvi criar uma para nós. Shape Earth retirou boa parte da terra ao pé da rocha e criou um pequeno buraco. Suficientes para um mago, um anão e toda a armadura do anão. Parte dela foi usada para criar um pequeno muro, para termos um pouco de proteção. A outra parte foi simplesmente empilhada em um canto. Já estava escurecendo e as Brumas de Everett voltaram. Forgath notou que os vultos atravessavam o monte de terra como se não estivesse lá.
Estava muito frio e dormir no relento não parecia uma boa receita para dormir tranquilo. Pensei sobre os ingredientes arcanos de Shape Earth e me pareceu que, com um pouco mais de concentração, poderia canalizar o mana para não só posicionar como transmutar a terra solta em rocha. Com rochas seria possível criar um teto para nosso abrigo. Me puz concentrar e a articular meus pensamentos para sentir o fluxo de mana de Shape Earth. Até que captei a essência! Se eu concentrar não na forma mas na densidade da terra eu posso alterá-la com magia! Voilá: terra transformada em rocha. Darei o nome de Earth to Stone para essa magia.
Com nosso teto rochoso recém fabricado, Forgath pediu proteção a seu deus (Watchdog) e também para procurar nossos companheiros (Seeker). Alguns estavam muito perto de nós, outros nem tanto.
Foi então que recebemos um sinal do além. Em um lampejo pude ver Bjarte. Ou um vulto de Bjarte, apesar deste parecer mais corado que os outros vultos. Ele estava acendendo uma fogueira usando Piromancia. Exatamente na mesma rocha que nos escolhemos para nos abrigar. Mais interessante ainda é que ele flutuava acima do nosso abrigo, como se a terra que eu tivesse movido, não tivesse sido movida na realidade dele. Assim como ele apareceu ele desapareceu um momento depois.
Contei para Forgath (que já estava roncando) e o anão mencionou que parecia que o ato de realizar magia de alguma forma atravessava as Brumas de Everett e permitia outras pessoas em outras realidades a ver a magia e o mago. Fiz rapidamente um pequeno feixe de luz com Light e realmente, Bjarte reapareceu (também ao fazer algum tipo de magia do outro lado) e acenou para mim. Ele parecia muito cansado e apontou para seguirmos em frente na estrada.

Viagens paralelas

Agora tínhamos um plano: continuar seguindo a estrada, tentar acompanhar nossos companheiros, mesmo que estes não pudessem nos ver, e se comunicar com Bjarte quando possível. Mais um dia de viagem e chegamos a um abrigo provavelmente muito usado por viajantes. Uma região coberta com uma rocha plana que claramente serviria de mesa e rochas ao redor para se sentar. Novamente usei Light para ver se alguém responderia. Bjarte estava lá, parecia extremamente exausto. Coitado, sua idade avançada já pesava em seus ombros, o frio e a neve profunda não ajudavam. Tentei ajudá-lo passando um pouco do meu fôlego para ele. Sentei-me no mesmo local onde ele estava e me concentrei. Surpreendentemente a magia realmente era capaz de atravessar realidades e pude ajudar nosso velho amigo com Lend Energy. Espero poder ajudá-lo até conseguirmo sair dessas Brumas de Everett.
Mas não só nossos companheiros estão em realidades paralelas. Forgath acordou assustado com um sonho onde Elizabeth (a menina tomada pelo demônio) enfiava uma espada em seu ventre. Seeker contou-lhe que Elizabeth estava em sua busca. Tinha acabado de passar pelo portão do norte e vinha na mesma estrada que nós. Essa notícia me deixou preocupado, mas Forgath parece animado em poder por um fim de uma vez na demoníaca.

Catedral

Mais pra frente na estrada encotramos uma bifurcação. O caminho para o oeste chegava em uma antiga catedral aparentemente abandonada. Forgath e eu achamos que deveríamos investigar. Afinal de contas, viemos para Skyrim em busca de poder e riquezas. Essas coisas não ficam simplesmente dando sopa na beira da estrada…
Mas antes, Forgath queria deixar uma mensagem para Elizabeth na bifurcação para que ela o seguisse. Fico cada vez mais preocupado com a saúde mental de meu amigo anão… De qualquer jeito, a ideia era boa também para avisar nossos amigos onde nós estávamos. Mesmo sem ter certeza se alguém conseguiria ver nossa mensagem de outras realidades, nossa melhor aposta era usar magia. Continual Light em outra pequena pedra deixada em cima da mensagem foi nossa estratégia. Aliás a mensagem era: “<-- Forgath, bitch”
A catedral parecia anciã e abandonada, apesar de parecer ter sido muito usada por viajantes. Ao por os pés dentro dela um canto gregoriano vindo do altar começou. Deixei minha mochila na porta da catedral pra não ser incomodado com o peso. Na nave principal um alto esqueleto em armadura de placas completa e armado de escudo e espada longa estava parado a frente do altar. No altar, um grande cofre. Cofre = $, então Forgath queria ir direto. Disse que seria melhor investigar o resto da catedral primeiro, afinal aquele esqueleto não foi largado ali a toa.
O esqueleto não se mexeu quando subimos as escadas. O segundo andar não tinha nada de especial tirando uma saída para o telhado. Do outro lado do telhado a torre principal da catedral e uma pequena porta para entrar na torre. Parecia ser a única entrada. Ao pé do para-peito notei uma marca que Forgath identificou como a marca dos guerreiros do sol. Um antigo grupo de guerreiros que, dizem, foi extinto. Forgath diz que a dias atrás, no caminho da Cidade Imperial para Appleswatch, ele viu um desses guerreiros. Eu acho que ele viu muita cerveja.
Outro detalhe: a torre parecia ser guardada por quatro gárgolas. Duas destruídas, uma sem sua arma (machado) e outra sem o rabo. Se, das duas inteiras, cada um for enfrentar uma, eu prefiro a com rabo… Tenho a impressão que essas gárgolas não são só enfeite, e acho que vi elas se mexerem…

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