segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Forte nas Fronteiras de Abadom - Sessão 16b - Season Finale

Jogo do dia 26/10/2013

Personagem (jogador) – pontos:
Arcus, Humano arqueiro (Tiago) – 164
Daslo Windfeet, Pequenino sobrevivente (Xico) – 239
Sorel Dortengard, Anão guerreiro (Gustavo) – 252

Casa cheia nessa tensa aventura nas Cavernas do Caos, adaptação do clássico B2 Keep on the Borderlands para o sistema GURPS 4e ambientado em Tagmar. Sem demora vamos ao que interessa.

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[No fim do último episódio o grupo lidava com cultistas malignos em uma pequena sala e estes estavam quase todos vencidos. A maga Gania recua para sair de uma área de silêncio para poder conjurar suas magias. Ao sair ela avista uma onda de zumbis e esqueletos avançando pela parte sul do corredor.]

Com um grito estridente a maga avisa seus companheiros do perigo. Ela concentra-se em uma magia de área para tentar afetar o máximo de inimigos possível. Sorel e Daslo lidam com os últimos cultistas da Seita* enquanto que Rufus e Arcus se preparam para enfrentar a onda de mortos-vivos vindos do sul.

Os zumbis começam a invadir a sala enquanto Arcus e Rufus derrubam inimigos o mais rápido possível. Sorel e Daslo vêm para ajudar enquanto que Gania concentra-se em um fogo mágico. Um golpe de espada de um esqueleto faz a maga titubear e ela perde a magia, no desespero, ela foge em direção ao norte---adentrando cada vez mais fundo nas Cavernas.

Sem auxílio mágico o grupo tenta se concentrar em destruir os mortos-vivos que entravam pela porta sul. Arcus (armado de um porrete), Rufus e Sorel usam armas mais efetivas contra os mortos-vivos---seus golpes de corte e contusão são mais eficientes que as estocadas da lança do Pequenino Daslo. Com muito esforço os heróis derrotam seus inimigos. Rufus extemamente cansado por causa de suas magias. Sorel apenas com um machado na mão (os outros 5 espalhados pela sala).

Mas o mal não descansava, apenas poucos momentos de trégua e Arcus percebe que um grupo de zumbis estava parado na porta, escondidos pela escuridão, e não avançava. Ele prepara seu arco, enquanto Sorel prepara seu machado, e todos se posicionam para o combate. Por instantes intermináveis os zumbis permanecem imóveis. Sorel cansa de esperar e arremessa seu machado derrubando o primeiro zumbi. Os mortos começam a avançar.

Em um segundo os heróis descobrem porque os mortos esperavam: a porta norte da sala é aberta e zumbis começam a invadir por todos os lados! Lutando e recuando os heróis estão cercados. Sorel tenta armar seu escudo enquando luta contra um esqueleto. Ele derruba seu machado duas vezes seguidas tentando passar pelo escudo do morto-vivo!**

Ao longe Daslo ouve um rugido de urso das cavernas, o Pequenino pensa: “Aha! Ainda temos uma chance!” Ele pensa em abrir um caminho para fugir contando com a distra;cão do urso lutando com os mortos-vivos. O Pequenino Daslo mostra sua versatilidade e arremessa uma granada com fogo de alquimista no meio dos mortos-vivos. O fogo queima forte mas parece não evitar o avanços desses seres abomináveis.

O primeiro surpreendido é Rufus, agarrado por trás e rapidamente levado ao chão por três zumbis. Baldwin é o próximo, ele luta corajosamente ao lado de Sorel e tenta dar apoio ao seu mentor até o fim. Sorel tenta usar todas as suas armas para conter os mortos, mas também é pego por trás e levado ao chão. Arcus é encurralado no canto da sala por três zumbis e é imobilizado. Daslo, com sua agilidade quase sobrenatural, se defende por mais tempo. Mesmo assim o número de inimigos é muito grande e ele, eventualmente, é pego e imobilizado. Em poucos segundos todos os heróis estão soterrados por corpos fétidos que, surpreendentemente, cessam os ataques apenas imobilizando suas vítmas.






Escuridão.

Grunhidos e rugidos, um cheiro de ervas podres. Daslo percebe que ele está vestindo uma túnica branca, pendurado pelos braços. Ele gira lentamente. Junto a ele, pendurados a mais de quatro metros do chão, ele vê outros corpos vestidos em túnicas brancas. Um corpo de baixa estatura mas forte---Sorel---estava ali. Ao lado, um humano de cabelos longos e com uma mordaça---Rufus. Ele também reconhece a maga Gania, também amordaçada e pendurada, mas curiosamente vestida em uma armadura de placas completa negra. Sem o capuz, o Pequenino reconhece os traços élficos da maga. Todos estão inconscientes, a não ser por Arcus, também pendurado e vestido de branco, que escuta atentamente dois vultos abaixo dele conversando.

- Mas porque a armadura na elfa? - pergunta o mais jovem, de cabelos negros e olhar de malandro.

- Ela é uma maga. Pela sua expressão, acredito que você não conheça os intrincados caminhos arcanos… deixe-me explicar. - O mais velho, de cabelos brancos, barba bem cuidada e vestindo uma adornada túnica negra---claramente alguém de poder na Seita---explica calmamente como se falasse com uma criança:

- A energia arcana flui como um rio pelo corpo do mago. Este precisa canalizar essa energia de forma precisa e meticulosa para obter efeitos no mundo físico que a plebe chama de “mágica” ou “bruxaria”. Vestimentas pesadas, geralmente com o intuito de proteger o corpo do mago--- armaduras seria o termo mais comum---bloqueiam esses rios de energia arcana. Nunca reparou que magos sempre se vestem com roupas leves e soltas como túnicas e capas? Exatamente para não terem impecílios ao canalizar suas energias. Dentro daquela armadura de placas, os rios de energia arcana da maga não passam de um deserto!

Arcus escuta atenciosamente o mais jovem. Ele o reconhece como antigo companheiro no exército de Verrogar---maldito traidor! E não é a primeira vez. O sangue do Meio-Elfo ferve, mas ao mesmo tempo ele se sente fraco e inútil: amarrado como um animal.

Os heróis estão pendurados no meio de uma gigantesca sala. O teto é extremamente alto e curvado, como em um templo. O chão é de mármore negro com detalhes em vermelho sangue. Três das quatro paredes são cobertas com uma cortina de veludo negra e espessa. A parede da face leste é inteira feita de uma única pedra vermelha translucida, polida como um espelho. Abaixo dos heróis está um largo altar octagonal de mármore negro. Em cima do altar uma grande peça em cobre, no formato de um prato. Um grupo de cultistas vestidos de negro cerca o altar carregando velas e cantando em uma língua a muito esquecida.

O resto da sala está coberto de mortos-vivos que grunhem e suas órbitas oculares apontam para os heróis. Três chamam a atenção: um gigante urso das cavernas e o escudeiro Baldwin, ambos apenas zumbis. Vários corpos de Orcs, Goblins e Ogros também foram trazidos de volta dos mortos.

Rindo triunfante o líder dos adoradores de demônios volta a falar com o traidor de Verrogar:

- Você fez um decente trabalho. Não só me trouxe um Pequenino---seres raros em Abadom---mas também me trouxe um Anão, uma Elfa, um Meio-Elfo e até mesmo um Humano devoto dos falsos deuses! Um exemplar de cada um dos povos estúpidos que baniram o grande Lohut. Mas hoje Lohut poderá começar sua vingança!

Um dos cultistas traz uma gigantesca espada, conhecida como Zweihänder, mais apropriada a um Ogro que a um Humano. O líder, mostrando incrível força para seu tamanho e sua idade, empunha a espada e começa uma oração ao seu deus. Ele começa a levitar. Os heróis todos recobram a consciência, mas percebem que estão imobilizados. Nenhum grito sai de suas gargantas quando o líder da Seita corta seus corpos em dois. Olhando para baixo eles vêm seus sangues misturarem no recipiente de cobre. Ainda conscientes eles presenciam o sangue se tornar fogo, o fogo criar uma nuvem negra e um par de olhos vermelhos na escuridão.
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Season Finale do Forte nas Fronteiras de Abadom! E meu primeiro TPK

A quantidade de zumbis e esqueletos foi realmente bem grande para eles enfrentarem de frente. Consigo ver os seguintes modos deles conseguirem derrotar a horda de monstros: (1) usar um local estreito (como uma porta ou um corredor) para evitar de ser cercado, usar os guerreiros com alcance maior no fundo e os mais fortes na frente aparando as tentativas de agarre, (2) preparar um grupo especificamente para lidar contra mortos-vivos (ex. sacerdotes com vantagens contra mortos-vivos, magias de área) e (3) entrar sorrateiramente para derrotar os vivos (cultistas da Seita) e deixar os mortos-vivos sem capacidade de se organizar de se regenerar. De preferência uma combinação de todas estas. Eles até tentaram usar a tática (1), mas eles negligenciaram a outra porta e foram pegos por trás. A tática (2) seria boa, mas o grupo não tem PC sacerdote, eles teriam que contratar vários para dar conta. Daslo e Arcus poderiam pôr em prática a tática (3) mas eles precisariam de ajuda mágica. Carregar uma pedra iluminada no meio de cavernas escuras praticamente elimina qualquer chance de se esgueirar. Magias como invisibilidade, silêncio e capacidade de ver sem nenhuma luz valem ouro.

Não sei se o grupo vai querer criar personagens novos e voltar a enfrentar as Cavernas ou vai querer mudar de ares. Se eles forem voltar será provavelmente com personagens de 250 pontos da série Dungeon Fantasy.

Highlight: Sorel lutando contra um esqueleto e derrubando seu machado duas vezes seguidas (dois erros críticos seguidos = 0.002% de chance!) ao atingir o escudo do esqueleto.

*A Seita é uma organização supostamente destruída que quase trouxe o império dos Demônios a Tagmar. Foi necessária a união de todos os povos de Tagmar para derrotar a Seita.

**O número de erros críticos em ataques, ou de acertos críticos em defesas foi inacreditável e motivo para o highlight da sessão.

3 comentários:

  1. Muito bem escrito o texto. Eu, mesmo morrendo, gostei muito a aventura. Acho que o que aconteceu foi um azar nos dados e ao número de zumbis.

    O meu personagem Arcus, realmente não tinha uma boa arma para lutar contra eles. Mas foi muito bom.

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  2. MORREMOS! pois eh! primeira vez q matam um pc meu.
    Mas foi coerente, muito coerente. Erramos muito, nao foi so culpa dos dados. Erros de estrategia, nervosismo etc...
    mas enfim..vem vindo PC nov o ai heheheh

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